Parque Felicidade,
Bairro do Amor,
onde os sorrisos passeiam de mãos dadas
com os dias,
beijos e abraços dizem mais do que
palavras,
o coração bate de um jeito diferente
e não há preocupações nem dor.
Travessa Indiferença,
ao final da Rua Distanciamento,
local escuro que não sabemos ao certo
como chegamos,
qual caminho errado pegamos,
só percebemos que aqui estamos
e por mais que procuremos, sua saída não
encontramos.
Cemitério dos Sentimentos,
no alto do Morro Descontentamento,
lugar no qual almas gêmeas se separam,
desejos são abortados,
o amor amputado
e os sonhos sepultados.
Avenida Corações Partidos,
esquina com a Rua Solidão,
onde corpos mutilados pela tristeza
vagueiam
arrastando seus espíritos feridos,
trazendo consigo seu tórax aberto,
seu peito vazio e o fardo da paixão.
Praça Almas Desesperançosas,
em frente à Ladeira Suicídio,
onde homens cansados de caminhar
e em nenhum lugar chegar
nos bancos seus corpos cadavéricos
deixam cair
enquanto tentam se decidir sobre qual
caminho seguir.
Parque Felicidade,
Bairro do Amor,
lugar para onde todos que vagueiam nesta
cidade
de desilusões e ressentimentos almejam
retornar,
mas perdidos no frio labirinto dessas
ruas sujas,
já cansados e com os pés sangrando de
tanto andar
não conseguem mais seu caminho
reencontrar.